sábado, 2 de fevereiro de 2013

A CIDADE E OS BICHOS Na última crônica, falei da trágica dedicação de um cão a seu dono e posso ter deixado a impressão de que a humanidade é ingrata, maltrata os animais, ou não paga amor com amor. Não é isso. O que acontece é que o ambiente urbano foi afastando, aos poucos, o homem dos alados, quadrúpedes e bípedes, emplumados ou peludos, com os quais convivia. Sumiram não apenas do convívio, mas de vista. Meninos nunca viram um frango vivo, só o conhecem como um item das compras de supermercado; cabritos, cavalos, bois e burricos são seres da televisão, como os ETs. Para muitas crianças, bichos como coelho, gato e pica-pau são personagens falantes de desenho animado, geralmente histéricos, cujo comportamento e caráter nada têm a ver com os apresentados pelos animais de verdade. Capivaras e garças recusam-se a ser expulsas da cidade. Quando vim para São Paulo, descobriu-se uma enorme preguiça no Parque Trianon. Jacarés apareceram no Tietê. Aves peregrinas, como o falcão da Groenlândia, visitam a cidade. Bandos de jandaias fazem algazarra nas árvores de frutas dos Jardins. Há tempos falei de um pássaro que não conhecia, "cinza-esverdeado, pés e bico como os de um periquito, pequeno penacho espetado na cabeça, como o de um pavão", que se instalou algumas vezes na viga do 11º andar do prédio onde moro, para apreciar o pôr-do-sol junto comigo. Sumiu, mas recentemente desfiz o mistério ao ver um igual numa loja de rações da Vila Madalena: informaram-me que era uma calopsita, grande periquito nativo da Austrália. Por que ela estaria voando solta pelo bairro de Perdizes? Iguanas, cobras, furões, tartarugas vão-se tornando bichos de estimação na cidade de carentes. O cão é o preferido, e muitos são criados como pessoas da família, mas quem não pode ter um, por alguma razão, recorre a animais silenciosos. Gatos domésticos vão rareando, não se sabe por quê, e seus irmãos vadios encontram quem lhes dê iscas nos parques da cidade. Na metrópole atribulada existem muitos exemplos de afeição desinteressada. Todos conhecem um. Tenho um amigo que cria galinhas, poleiro cheio, e nunca teve coragem de comer nenhuma. Logo galinha, bicho que não troca nada com ninguém, não tem cabeça para isso. Uma professora de balé leva o cágado a passear na calçada, para tomar sol. Um veterinário criava no jardim de casa uns moluscos gigantescos, caracóis de quase 100 gramas. Foi ele quem recebeu de bom grado os três micos que um conhecido jornalista costumava levar emaranhados na própria cabeleira de estilo hippie, e dos quais desistiu quando trocou de namorada. Esse doutor recebe em casa bichos acidentados, e deles cuida pelo resto da vida. Quem vai querer um cachorro manco, um pássaro de asa quebrada, um gato cego? Só ele. E tem o caso da jovem gaúcha que, em cena sensacional, parou o trânsito na saída do túnel da Nove de Julho para salvar um cavalo que corria solto e apavorado de um lado para o outro, em meio a buzinas e freadas. Ela estacionou o carro na calçada e correu atrás do animal, para agarrá-lo; o cavalo mudava de rumo, quase enfartando. A moça não tinha com que segurá-lo, e os dois resvalavam nos carros na correria; motoristas gritavam olé, outros aplaudiam. Um caminhoneiro estendeu-lhe um pedaço de corda, com o qual ela improvisou um laço. Depois de quatro tentativas, laçou o bicho. Palmas e buzinaço. Irritada, ela abanou as mãos, pedindo silêncio. Conseguiu chegar perto do cavalo, falando com ele, murmurando, acalmando-o, logo acariciando-o, depois tirou a blusa, jogou-a sobre os olhos do animal e, só de sutiã, belíssima, conduziu-o docemente para a calçada. Ivan Ângelo

domingo, 24 de maio de 2009

Exercícios de fixação
1) Circule o sujeito e sublinhe o núcleo
a. O gato de pêlo branco dormiu no telhado.
b. Os meus dois irmãos são morenos.
c. Viver é bom.
d. Despreocupadas, as pessoas passeavam.
e. Não concordo com você.
f. ”Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar)

2) Classifique os sujeitos em simples ou compostos. Cuidado, o sujeito pode estar em ordem indireta!!!

a. Eu fiz o teste.
b. As doenças e as guerras ceifam milhares de vidas.
c. Agora só buscas as praias ardentes. (José de Alencar)
d. Pedro, eu passei no vestibular!!!!
e. Devido às fortes chuvas, os rios estavam cheios.
f. Também são meios de comunicação cartazes, filmes e fotografias.

3) Re-escreva as frases a seguir em seu caderno, substituindo o ASTERISCO (*) pelos verbos HAVER e EXISTIR, estabelecendo concordância com o sujeito quando for o caso.
g. A) * pessoas famosas na estréia do filme.
h. B) * viajado de carro até o sul do país.
i. C) * bons professores em nossas escolas.
j. D) * meses não tenho notícias dos dois.
4) Copie o texto a seguir e classifique o sujeito das frases sublinhadas.
Tempo perdido
Havia um tempo de cadeiras na calçada. Era um tempo em que havia mais estrelas. Tempo em que as crianças brincavam sob a clarabóia da lua. E o cachorro era um grande personagem. E também o relógio de parede! Ele não media o tempo simplesmente: ele meditava o tempo.
Mário Quintana. 80 anos de poesia.
Rio de Janeiro: Globo, 1986.

5) Sublinhe as preposições das frases abaixo.
a. Nada mais há entre mim e você.
b. Estou com vontade de sair e assistir a um bom filme.
c. As Associações de Bairro discutiram, em conjunto, sobre a instalação de novos postos de saúde.
d. Desde sua volta não fiz nada.
e. Nada fiz por ele.

7) Em seu caderno elabore uma frase para cada preposição.
DE - EM - CONTRA- A - COM - PARA -
8) Informe a relação estabelecida pela preposição sublinhada.
( companhia – finalidade – meio – destino – instrumento – assunto – posse – matéria – preço – oposição - conteúdo – autoria – lugar)

1. Falamos sobre política.
2. O copo estava cheio de vinho tinto.
3. Elza estava com suas amigas na sorveteria.
4. Faz-se pão com farinha de milho nesta padaria.
5.Viajamos de avião.
6. Meus amigos foram para a Suécia.
7. Comprei este livro por seis reais.
8. Ganhei um anel de ouro.
9. Nunca escreva seus trabalhos a lápis.
10. Apanhou de chinelo.
11. Voltou para ficar.
12. Pagou em cheque.


9) Transforme as frases conforme o modelo.

MODELO:
Pedro fez as provas. Pedro está confiante.

Resposta: Pedro fez as provas confiante.

A) Os atletas chegaram. Os atletas estão cansados.
B) O aluno saiu. O aluno está preocupado.
C) Considero você. Você é inteligente.

10) Reconheça os sujeitos.
(SIMPLES/COMPOSTO/ INDETERMINADO/OCULTO)

A) O médico trancou-se no consultório.
B) Aqui se assiste a bons filmes.
C) Viajarei amanhã.
D) Apagaram o quadro.
E) Jornais e revistas publicaram o aniversário do CMPA.

11) Identifique o sujeito da mensagem abaixo e classifique-o

Não sabe arrumar amigos? Se ferrou... Vai ter que me aturar pelo resto da vida!






12) Em “Iracema, a virgem dos lábios de mel”, o termo grifado é:

a) Sujeito Simples Claro.
b) Sujeito Indeterminado.
c) Sujeito Simples Oculto.
d) Sujeito Inexistente.

OBJETO DIRETO E INDIRETO

OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO

O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o sentido dos verbos transitivos.

Objeto direto

- vem sempre associado a um verbo transitivo;
- liga-se ao verbo sem preposição, exigida por este;
- indica o paciente, o alvo ou o elemento sobre o qual recai a ação verbal.

Ex.: Maria vendia doces.
sujeito v.trans. direto obj.direto
As crianças esperavam os pais.
sujeito v. trans.direto obj.direto

Objeto direto preposicionado

O objeto direto pode vir precedido de preposição: é chamado objeto direto preposicionado. Tal preposição ocorre por razões várias e não pela exigência obrigatória do verbo.

Ex.: Estimo aos meus colegas. ( estimar: verbo transitivo direto, a preposição surge como um recurso enfático e não porque o verbo a exija.)

Objeto indireto

- vem sempre associado a verbo transitivo;
- liga-se ao verbo através de preposição exigida por este;
- indica o paciente ou o destinatário da ação verbal.

Ex.: Davi gosta de música.
sujeito v.trans. indireto obj.indireto

A professora não confia em seus alunos.
sujeito v.trans. indireto obj.indireto


Núcleo do objeto

O núcleo do objeto é representado por um substantivo (ou palavra com valor de substantivo).

a) substantivo: Ana comprou chocolate.
sujeito v. trans. direto obj.direto

b) pronome substantivo: O chefe confia em nós.
sujeito v. trans.indireto obj.indireto


c) palavra substantivada: Ele esperava um tchau.
sujeito v. trans.direto obj. direto

O objeto pode ser constituído por pronome oblíquo:

- os pronomes o, a, os, as atuam como objeto direto.
v.trans.direto
Ex.: O pai deixou-as na escola.
obj.direto

- os pronomes lhe, lhes atuam como objeto indireto.
v.trans.indireto
Ex.: A notícia interessava-lhes.
obj.indireto

Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem atuar como objetos diretos ou indiretos, de acordo com a transitividade verbal.

v.trans.direto
Ex.: Elegeram-me representante da classe.
obj.direto
v. trans. direto e indireto
Mostraram-nos um mundo inacreditável.
obj.indireto obj.direto

PREDICATIVO

Predicativo , na análise sintática, é o termo ou expressão que complementa o objeto direto ou o objeto indireto, conferindo-lhes um atributo. O predicativo somente aparece em predicado nominal ou verbo-nominal pois é complemento do verbo de ligação. A formação do predicativo do objeto é feita através de um substantivo ou um adjetivo. Há duas classificações para o predicativo, predicativo do sujeito e predicativo do objeto.

Ex.: As crianças são sapecas.
Os adultos consideram as crianças sapecas .

# O termo que indica uma qualidade ou um estado do sujeito ou do objeto direto ou do objeto indireto.

# No predicado nominal sempre existe predicativo do sujeito.

# No predicado verbo-nominal, sempre existe predicativo do sujeito ou do objeto direto o do objeto indireto.

Exemplos: Ele está triste .
Predicativo do sujeito: triste.

Os alunos são inteligentes.
Predicativo do sujeito: inteligente.

O trem chegou quebrado.
Predicativo do sujeito: quebrado

Nomeei José o meu secretário.
Predicativo do objeto direto: o meu secretário .

Chamei-lhe de ladrão.
Predicativo do objeto indireto: ladrão.

O PREDICATIVO PODE SER:

a) do sujeito.
b) do objeto direto
c) do objeto indireto

Observação:

1 - No predicado nominal, o predicativo é o termo mais importante no que se refere ao predicado.

2 - Com o verbo chamar pode aparecer um predicativo referente o objeto indireto e ao objeto direto

3 - Só existe predicativo do objeto indireto com o verbo chamar.
4 - O predicativo do objeto direto ou do objeto indireto "pode" aparecer precedido de preposição.

PREDICATIVO DO OBJETO

O predicativo do objeto nos informa alguma coisa a respeito do objeto (complemento do verbo).

Ex: Joana comprou flores perfumadas.

COMPROU= verbo transitivo direto.
FLORES= objeto direto.
PERFUMADAS= informa algo de novo a respeito do objeto. Nos informa que as flores compradas são perfumadas. É uma característica do objeto. Logo, "perfumadas" é o predicativo do objeto direto.

Todas as classes gramaticais podem exercer a função de predicativo ( do sujeito ou o objeto), exceto:

1-artigo
2-preposição
3-conjunção
4-interjeição

MAIS EXEMPLOS:

Maria comprou um livro caro.
O dono da loja nomeou a funcionária gerente.

caro e gerente são predicativos do objeto.

comprou= verbo transitivo direto.
um livro= objeto direto.
caro= predicativo do objeto direto.

nomeou= VTD
a funcionária=OD
gerente= POD

Note que os pred. acima qualificam os objetos diretos. Há apenas 1 caso em que o predicativo se refere ao objeto indireto:

-com o verbo chamar no sentido de "nomear algo ou alguém".
Ex: Chamei-lhe de boboca.

lhe= objeto indireto
de boboca= pred. do objeto indireto.

Predicado Verbo-Nominal
É o tipo de Predicado que tem dois núcleos, ou seja, um verbo (transitivo ou intransitivo), e um nome (predicativo).

Exemplos:
JOSÉ CHEGOU CANSADO
SUJEITO PRED. VERB. NOMINAL

Dicas:
- Atente ao verbo de ação e ao adjetivo na frase.
- O adjetivo tem que se referir ao sujeito ou ao objeto.
- O verbo de ligação estará sempre implícito.